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Testemunhos de sobreviventes

Leia a seguir

Olha-me com olhos chocados e diz: “Tem terroristas aqui, atiraram nela, voe para longe!!!

Dana N.'s story

Rajadas de tiros são escutadas. E depois silêncio. E tudo se repete. Durante horas


Às 6:30 escutamos a sirene de alarme do Tzeva Adom (Cor Vermelha) que salvou nossas vidas.

Corremos para o mamad ( quarto de segurança), minha mãe e eu viemos do quarto de dormir, Oren da sala. Encontramos lá as crianças. Depois de alguns minutos escutamos ruídos de tiros ao redor da casa. Escutamos o barulho de vidros explodindo e objetos caindo.

Compreendemos que algo de grandes dimensões está ocorrendo. Escutamos vozes em árabe muito perto de nós, 

e Oren ficou segurando a porta do mamad ( não era possível trancá-la por dentro). Lemos no grupo do grupo de WhatsApp do bairro que os terroristas estavam jogando granadas dentro das casas, e um cheiro de queimado era sentido.

Leio essas mensagens e fico brava com quem escreveu estas invenções. Isto claramente não pode estar acontecendo.


Não acredito na mensagem que dizia que a querida Tehila foi morta. Tenho certeza que ela está sem sinal, e que ela está viva. Daqui a pouco sairemos do mamad. Escutamos ruídos de peças (como dos veículos) pesadas do lado de fora de casa. Pensei que nosso exército estaria aqui. Mas, não era verdade. Eram dos animais que pegaram objetos   e estavam com eles  destruindo cada canto lindo de nossa casa.


Parte do tempo as crianças ficaram deitadas no chão embaixo da cama, e ficaram com frio. Por horas não falaram nada. Não pediram por água ou comida.

Compreenderam imediatamente seus deveres, permaneceram em silêncio e se esconderam. Minha Tamri adormeceu, e compreendi que foi o medo que a fez dormir.

Minha mãe heroína ficou tomando conta das crianças, permanecendo em equilíbrio e cuidando de mim. Dói -me que tivesse  que passar conosco este trauma.


Dana N.'s story

Rajadas de tiros são escutadas. E depois silêncio. E tudo se repete. Durante horas.

O silêncio traz esperança e os tiros a destroem. Ao redor das 14 horas escutamos novamente tiros e desta vez também a resposta. Compreendemos que Tzahal (exército de Israel) está aqui. Posteriormente, disseram-nos que os soldados estão passando nas casas, e escutamos: “Tzahal, Tzahal, tem alguém em casa?” Imploro ao Oren que não responda até que tenhamos certeza.

Passam-se mais duas horas e o Oren saiu para verificar. Em nosso balcão vemos dez soldados. Começamos a respirar.


Saímos por um segundo do mamad acompanhadas pelos soldados, e verificamos o enorme estrago em nossa casa. A porta envidraçada está estilhaçada, a janela da cozinha também. O teto está cheio de buracos.

Até às 18:30 fomos transferidos para o kibutz Gevulot. Uma viagem que nunca esquecerei. O portão do kibutz e o posto de guarda estão completamente destruídos. 

Tamri e Beeri estão sentados nos assentos sobre cacos de vidros. Corpos estão espalhados pela estrada. Tanque pegando fogo e carros destruídos na estrada. Na manhã do dia seguinte viajamos para a Samar, protegidos e seguros.


Começamos a aceitar o horror, o tamanho da tragédia e a enorme destruição.Holit (kibutz) era nossa casa e não sei para onde voltaremos. 

Sei que sobrevivemos devido a um grande milagre. Agradeço por isso a todo instante.

Dana N.

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