Eu não publico muito e hesitei em publicar (postar) aqui também. Decidi que sim, me desculpem se for um pouco longo, vou contar o que passámos e tentarei que seja coerente. Perdoem-me se estiver um pouco caótico.
Moro em Ein Habesor com meus filhos, um dos quais está atualmente no exército na unidade de pára-quedista, eu moro ao lado da minha irmã, seu marido e filhos.
No sábado de manhã o meu cachorro acordou-me às seis e meia.
Não entendi muito bem o que estava ouvindo lá fora, saí e vi um céu negro e estrondos sem parar, entre as vozes reconheci vozes diferentes, de repente entendi que eu estava ouvindo tiros de metralhadora, liguei para meu cunhado e disse-lhe que ouvi metralhadoras,
Em um segundo estávamos em casa dele com os cachorros quando entretanto tivemos um “Alerta Vermelho”.
Corremos para o abrigo, depois de um minuto meu cunhado e o esquadrão de emergência saíram, lutaram bravamente, alguns ficaram feridos, foram alvejados por RPGs, metralhadoras, lutaram com armas contra guerrilheiros terroristas, conseguiram fechar o portão do kibutz e repelir estes monstros.
Só agora estou começando a digerir, estou começando a entender a quantidade de amigos, vizinhos e familiares que foram assassinados
Neste tempo eu estava no abrigo com meus filhos e os da minha irmã, segurando uma faca e planejando como reagir quando eles entrarem, é difícil transmitir o sentimento de medo, e ao mesmo tempo a tentativa de dar força às crianças.
No domingo conseguimos evacuar as crianças, na segunda-feira consegui sair com os cachorros e cheguei em Herzliya.
Meu querido companheiro e sua família disponibilizaram-me uma casa vazia , eles vieram primeiro e limparam, forneceram de tudo. sem palavras, logo mais, os cidadãos de Herzliya e outros começaram a nos apoiar, ajudar e contribuir. Meu coração está explodindo, só agora estou começando a digerir, estou começando a entender a quantidade de amigos, vizinhos e familiares que foram assassinados.Esta noite eu já sonhei de novo e não foi divertido..
Estou plena de dor, cheia de raiva e cheia de gratidão, agora preocupada com o meu próprio soldado. É difícil para mim dizer que vamos vencer porque perdemos muito, por isso rezo ao universo para nos fortalecer.
Einat S.