Eles circundam a minha casa. Minha base, que era minha segunda casa, se tornou um cemitério. Era meu lugar de conforto, tornou-se o meu maior pesadelo.
Batalhão 51 de Golani - vocês salvaram a minha vida - e serei agradecida e saudarei vocês pelo resto dos meus dias, enquanto meu coração bater. Vocês são heróis verdadeiros. E todos que não sobreviveram ao combate, eu sei com todo meu coração que vocês lutaram até o final. Eu tive a honra de vos conhecer e sou vossa fã .. Às minhas amigas do centro de operações, eu não teria sobrevivido sem vocês, vocês são minhas irmãs. Continuem rezando pelos meus amigos.
06:00 acordo no centro de operações com 'booms' que nunca escutei na minha vida. As soldadas que estavam de plantão começaram a gritar que havia uma invasão por todas as direções. O pesadelo de toda sentinela de artilharia, que ninguém acreditava que poderia acontecer - aconteceu. Eu precisava chamar todos para o centro de operações pois sabíamos que iriam invadir a base. Completamente desesperada chamei todos, e no caminho fui para a entrada do centro de operações e vi um foguete que caiu a 100 metros de mim e o céu é tornado pela fumaça..
De repente eles atiraram em todas nossas posições, e não temos mais câmeras de segurança, e vemos terroristas no portão de entrada da base.
Todos nos escondemos atrás dos computadores com a esposa do subcomandante do batalhão e sua filha de apenas 8 meses, que precisa escutar explosões que combatentes de elite nunca escutaram. E nós precisamos fingir que está tudo bem para não assustar a bebé..
Depois de poucos minutos - 200 terroristas no portão da base e escutamos a primeira rajada de tiros que matou nosso amigo. No meu coração, eu achei que esses eram os últimos minutos da minha vida, não tinha como ir ao banheiro, fiz xixi nas calças. Todos rezam Shema Israel (reza judaica) e fazem promessas para sairmos vivas de lá e a bebé não parava de gritar.
Minha amiga Adi, a única que não conseguiu chegar ao centro de operações durante 12 horas, eu tinha certeza que a tinham matado, e, de repente, entrou em contato. E depois de 12 horas, nas quais eu não quero nem imaginar o que ela passou, foi resgatada pela Egoz (Unidade 621).
Combatentes entram no centro de operações e a protegem, no caso dos terroristas tentarem invadir. E então ferido atrás de ferido vão chegando ao centro de operações, cada um em estado mais grave que o anterior. Mais um assassinado e mais outros que estavam em um estado tão grave que nem os conseguia reconhecer.
"Eles circundam a minha casa. Minha base, que era minha segunda casa, se tornou um cemitério"
Eu distribuo entre os feridos pequenos goles da água que nos restava, já não tinha mais energia - um calor terrível, sangue por todo o chão, uma cena de massacre que o mundo nunca viu, o cheiro dos cadáveres, os feridos desmaiando e tenho que garantir que eles não adormeçam, caso contrário eles morreriam.
De repente um amigo próximo entra cheio de sangue - uma quantidade absurda - e começa a gritar que todos estão mortos. Precisei de o acalmar, para não desesperar ainda mais, todos, no quarto de operações. Eu faço-lhe um torniquete e nesse momento outro amigo próximo entra gritando que todos se foram, todos morreram, e que ele não está a conseguir ouvir - jogaram nele 70 granadas e por um milagre, estar vivo.
Estamos fortificados no pequeno quarto de operações e lentamente o número de soldados disponíveis diminui, 7 soldados de toda a companhia sobreviveram, o resto caiu em batalha. Já são 10 horas da noite e eles são os únicos nos defendendo. Escuridão absoluta no quarto de operações. Os terroristas com RPGs no teto do quarto de operações e nós rezamos para ser resgatados, eu sei que se não chegassem nos próximos minutos todos nós morreríamos lá.Escondemo-nos embaixo do armário, todas rezando Shema Israel e chorando, sabemos que a morte está se aproximando. Cheiro de sangue, bombas explodidas e suor nunca vai sair da minha cabeça. Lá eu entendi que estar vivo é a única coisa que importa. Tudo o resto é bônus.
De repente um amigo próximo entra são e salvo - não existe um alívio maior que esse. Às 11 horas da noite e Egoz chega, 11:05 metade da unidade é exterminada, atingida por um morteiro - o estrondo mais alto que escutei na minha vida. O comandante entra nos acalma, promete que vai nos tirar de lá vivos. Às 11:34 nós estamos de pé em duas filas, em silêncio absoluto, só rezando a D'us que não nos descubram. Saímos do centro de operações e caminhamos o caminho mais longo da minha vida. 7 minutos. Toda a base cheia dos cadáveres dos meus amigos, a sinagoga queimada, toda a base revirada. E eu só rezo a Dùs que saiamos vivos. Compartilhem para que todo o mundo saiba o que esses canalhas fizeram conosco.
Ariella R.